Antonio Martin Maqueda (1900-1989)
1942
Julho Agosto Outubro
1944
Abril
No periódico Vida Ribatejana, de Outubro de 1942, são referidas as exposições de Martín Maqueda em Lisboa e no Estoril, mas também no Palácio de Cristal (Porto), em Espinho, nas Caldas da Rainha, em Setúbal e em Alcochete[1], cujos catálogos não foram localizados. Para além disso, no número de Natal de 1942 (Dezembro, dia não referido) do mesmo jornal[2], são mencionadas exposições do pintor em Santarém e na Golegã (catálogos não localizados).
No mesmo número, foi reproduzido, em folha sem título, o retrato de D. Maria Teresa Assis Pereira Palha da autoria de Martín Maqueda, e foi publicado, junto a reproduções de duas obras suas (sem título), um artigo escrito em Santarém no mês de Novembro de 1942 por “A.D. Faria de Castro”[3], que começa por referir a quantidade de “pintores estrangeiros” que, por aqueles anos, eram “conquistados” por Lisboa, sendo Martín Maqueda um desses casos: "Não podia encontrar melhor terreno para as suas apaixonadas divagações artísticas quem, como Maqueda, nado e criado em terras verdejantes da Andaluzia, que tantos e tantos pontos de contacto possui com a província ribatejana. E a doce e intérmina paisagem da campina interessou vivamente o artista, procurando dominá-la com a magia dos seus pincéis, o fulgor das suas cores e o recorte dos seus desenhos. Novos temas, outros quadros".
Para Faria de Castro, o pintor espanhol revelou-se um “extraordinário intérprete da vida tauromáquica”, enchendo os seus quadros, aguarelas e desenhos, “dum mundo enorme de touros, cavalos e toureiros”. Em Portugal, Martín Maqueda pôde reunir novo “material, e do melhor”, permitindo realizar mais exposições, não só por Portugal como “um dia, à sua própria Espanha”,
levando (...) o conhecimento vívido das belezas das terras da Borda d’Água, das quais anda(ria)m divorciados os pintores portugueses, como se a Arte não fosse flor a cultivar (...). O campino, figura central das cenas ribatejanas, prendeu o espírito de Maqueda, que aproveitou o seu estágio nesta região para uma magnífica série de retratos de personalidades em evidência.
Um artigo publicado em Maio de 1946 na revista Vida mundial ilustrada[4] informa-nos da estadia permanente de Antonio Martín Maqueda em Lisboa desde, pelo menos, 1943: "Há três anos que, enamorado de Portugal, este pintor vem consolidando a sua posição e criando, entre nós, um prestígio lisonjeiro. Vindo de Madrid, (...) acolhido com tal simpatia Maqueda que é, como todos os artistas um irrequieto caminheiro de outros horizontes, deixou-se ficar, em Lisboa – assediado por trabalhos, que constituíram êxitos, e, há três anos – ele que vinha por meses – tem feito uma obra digna de um artista, que preza o seu labor".
São referidas as exposições no salão do Secretariado de Propaganda Nacional em Lisboa, nas Caldas da Rainha, Porto, mas também em Coimbra, cujo catálogo não foi encontrado: “Em todas as exposições o êxito foi consolidador”. Os retratos do pintor seriam muito procurados pelo público português, chegando a ter, “entre mãos, meia dúzia de trabalhos – e a todos, prodigiosamente, da(ria) assistência. Como retratista o seu processo há muito que o impôs na consideração do público”.
O artigo informa o leitor de que Martín Maqueda estaria, no momento, a preparar uma nova exposição em Portugal para, depois, partir para o Brasil, os Estados Unidos da América e, possivelmente, Argentina, para “mostrar a sua arte de pintor. (...) Até lá, porém, Maqueda continua(ria), entre nós, a marcar a sua posição – e a colher vivas simpatias”. Foram reproduzidos os retratos de Reinaldo dos Santos, Joaquim Manso, Madame Carmona, Condessa de Pinhel, Menina Teresinha Pinto Basto, Madame Martinez Almayna e Madame Supico Pinto, e um auto-retrato do pintor.
[1] Anónimo, «Martin Maqueda o grande artista espanhol expõe os seus belos trabalhos de Pintura e Desenho, durante os dias da Feira, no salão nobre da Camara Municipal», Vida Ribatejana, 4 de Outubro de 1942, 1.
[2] Anónimo, «Sem título», Vida Ribatejana, Dezembro de 1942, s.p.
[3] AD. Faria de Castro, «O pintor Martin Maqueda e o Ribatejo», Vida Ribatejana, Dezembro de 1942, s.p.
[4] Anónimo, «Martin Maqueda vai expor na América!», Vida mundial ilustrada: semanário gráfico de actualidades, 30 de Maio de 1946, s.p.