EXPOSIÇÃO DE RAFAEL SANCHIS YAGO NA SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS ARTES, LISBOA (1.11.1947-10.11.1947)
No dia 31 de Outubro de 1947, nas páginas d’O Século, era anunciada a inauguração de uma exposição de Rafael Sanchis Yago, o artista “de pincel sugestivo, que se enamorou de Portugal”, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. O evento, que ocorreu no dia 1 de Novembro, contou com a assistência do Chefe do Estado, Óscar Carmona[1], do Ministro da Educação Nacional, do diretor do Instituto de Alta Cultura, de Reynaldo dos Santos e do pintor Varela Aldemira[2].
O prefácio do catálogo desta exposição reproduz na totalidade os textos de Reynaldo dos Santos e Marquês de Lozoya escritos para o prefácio da exposição anterior do pintor, inaugurada em Março do mesmo ano, no Secretariado de Propaganda Nacional[3]:
- “Retratos”: S.A.R. La Condesa de Barcelona (n.1); Exm.ª Senhora Viscondessa de Soveral (n.2); Exm.ª Senhora Viscondessa de Asseca (n.3); Exm.ª Senhora de Castel-Branco (n.4); Retrato (n.5); Exm.º Senhor Visconde de Soveral (n.6); Exm.º Senhor Visconde de Asseca (n.7); Exm.º Senhor Dr. Fernando A. Castel-Branco (n.8); Menina Helena Corrêa de Sá (Asseca) (n.9); Menina Leonor Corrêa de Sá (Asseca) (n.10); Menina Inez Corrêa de Sá (Soveral) (n.11); Exm.º Sr. Salvador Corrêa de Sá (Asseca) (n.12); Menino Salvador Corrêa de Sá (Soveral) (n.13); Luiz Corrêa de Sá (Soveral) (n.14); Retrato (n.15); Retrato (n.16); Señora de Valera (n.17); Señora de Carpi (n.18); Doña Consuelo Yago (n.19); Señorita Meli Rubio Cordón (n.20); Señorita Elina Mas (n.21); M.ª Dolores Santa-Cruz (n.22); Mrs. John Fell (n.23); Jovem Peruana (n.24); Mr. D. Stewart Iglehart (n.25);
- “Óleos”: Jardin de la Cartuja de Valldemosa (Mallorca-Espanha) (n.26); Jardin de «Son Moragues» (Mallorca-Espanha) (n.27); Patio de las Estátuas (Jardin de Monforte – Valencia – Espanha) (n.28); Entrada del Laberinto (Jardines del Laberinto – Barcelona – Espanha) (n.29); Surtidor (Jardines del Laberinto – Barcelona – Espanha) (n.30); Horas Plácidas (Jardines del Laberinto – Barcelona – Espanha) (n.31); Jardines del Viejo Alcázar (Córdoba-Espanha) (n.32); Pátio de la Virgen (Córdoba-Espanha) (n.33); Sol da Manhã (El Mijares) (Montanejos) (n.34); Montanejos (n.35); Convento do Carmo (Valencia) (n.36); Estudo contra luz (Montanejos) (n.37); Surtidor de Sintra (n.38); Agulhas de Santa Agueda (Benicasim) (n.39); Parreira (Benicasim) (n.40); Luar (n.41); Piscina (n.42); Fonte (n.43); Venus do banho (n.44); A Bordo do «Mirandela» (Estudo) (n.45); A Bordo do «Mirandela» (Estudo) (n.46); Auto retrato – Estudo (n.47); Estudo (Lápis) (n.48).
Num artigo anónimo publicado n’O Século no dia seguinte à inauguração da exposição, Rafael Sanchis Yago é descrito como “um pintor-retratista da maior distinção, de uma finura de «salão», de uma fidelidade ao real extraordinária”[4]. As obras expostas distinguem-se entre duas categorias: a “série dos (...) retratos, alguns dos quais cá executados”, e “os seus quadros de jardim”. Sobre os retratos, o autor do artigo salienta o seu rigorismo técnico, a “nobreza” e a “delicada expressão”, que resultam numa “galeria de imagens de um mesmo estirpe”. O pintor, “utilizando a mesma inspiração no traço e no colorido” criou, assim, uma série de retrato que “não apresenta a menor variante cromática”. Pelo contrário, os seus quadros de jardim, “que dir-se-iam de outra mão – são mais violentos de tinta, têm mais matérias, e, às vezes certos vigores de contorno, e sempre maior largueza de composição”, não ficando atrás na consideração deste autor: “São gostosas de olhar-se essas manchas verdes quentes e sugestivas. Os velhos jardins, decorados de estátuas e de tanques, com arcarias e pirâmides de buxo e murta – verdadeiras arquiteturas vegetais – têm qualquer coisa de nobre e de solene. O pincel de Sanches Yago (sic) correu afortunado nas telas”.
[1] Anónimo, «Rafael Sanchis Yago expõe, amanhã, nas Belas Artes», O Século, 31 de Outubro de 1947.
[2] Anónimo, «Vida Artística», O Século, 2 de Novembro de 1947.
[3] Marquês de Lozoya e Reinaldo dos Santos, Exposição do pintor espanhol Rafael Sanchis Yago: velhos jardins de Espanha: retratos, ed. Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1947).
[4] Anónimo, «Exposição do pintor espanhol Rafael Sanches Yago», O Século, 2 de Novembro de 1947, 4.