Exposição de Arte Catalã na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa (10.11.1921-30.11.1921)
Como demonstra o catálogo da Exposição de Arte Catalã realizada na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa, estava previsto que o certame estivesse aberto ao público durante todo o mês de Novembro de 1921. No entanto, devido à instabilidade política sentida em Lisboa no mês de Outubro, a exposição só foi inaugurada no dia 10 de Novembro de 1921, contando com a presença do Presidente da República. De acordo com o Diário de Lisboa[1], esta mostra não só trouxe a Lisboa “algumas figuras interessantes da moderna Catalunha”, como foi pretexto para a realização de algumas conferências: de Nicolau d’Olwer, presidente da delegação catalã da exposição, sobre “a história e a língua do povo catalão”, de Feliu Elias (que participou com a pintura Infância, n.24) sobre o tema da “Pintura francesa e a pintura catalã: seu paralelismo e divergência” e, no dia 11, discursou Joan Estelrich.
Catálogo[2]:
- "Pintura":
Lola Anglada Sarriera: Pintura a fresco (n.1); Josep Aragay Blanchar: Auto-retrato (n.2); Juli Armengol Segalés: Natureza morta (n.3); Pere Badia Vidiella: Retrato de D.M.F. (n.4); Antoni Badrinas Escudé: A cerejeira (n.5); Dionís Baixeras i Verdaguer: Procissão na planicie de Vich (n.6); Rafel Benet: Paisagem (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.7); Camilo Blanes Pérez: Fructos (n.8); Vicente Borrás Abellá: A Tobillera (n.9); Émili Bosc Roger: Paisagem (n.10); Andreu Bosch Canals: Paisagem (n.11); Alexandre de Cabanyes i Marquès: Paisagem (n.12); Ricard Canals: Retrato de Rosa Amouroux (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.13); Francesc Camps Ribera: Modêlo em descanso (n.14); Francesc Canyellas Balagueró: A corrente (n.15); Joan Cardona: As duas garôtas (n.16); Alexandre Cardunets Cazorla: Eucalipto (n.17); Domènec Carles: Jarra de vidro (n.18); Josep Casals Peipoch: A corrente (n.19); Joan Colom Augustí: Paisagem (n.20); Francesc Domingo Segura: Paisagem (n.21); Ricard Duran Altimira: Paisagem (n.22); Robert Durand: Interior (n.23); Feliu (Apa) Elias Bracons: Infancia (n.24); Francesc Fábregas i Pujades: Lavadouros em S. Feliu (n.25); Eduard Ferrer Comas: Paisagem do Tibidabo (n.26); Lluís Foix Villuendas: Pinhal (n.27); Rafel Forns: Rio Deva (n.28); Enric Galwey: Paisagem (n.29); Francesc García Escané: Paisagem (n.30); Josep Garriga Boixader: Paisagem (n.31); Josep Gibert Pujol: Paisagem (n.32); Baldomer Gili Roig: Claustros de S. Cucufate de Vallés (n.33); Francesc Gimeno: Irene (n.34); Cayo Guadalupe Zunzárren: Mimosa (n.35); Jaume Guardia i Esturí: Pescadores catalâes (n.36); Maria Lluïsa Güell: Rosas (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.37); Francesc Guinart Candelich: Crespusculo (n.38); Manel Humbert: Flôres (n.39); Pere Isern i Alié: Campos Elisios á noite (n.40); Ramon Laporta Astort: Recordando o passado (n.41); Andreu Larraga Montaner: Natureza morta (n.42); Miquel-Leandre Tusquellas: Natureza morta (n.43); Feliu de Lemus: Midinette (n.44); Marian Llavaneras: Praça da Igresa (n.45); Joan Llimona Bruguera: Lavadouro (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.46); Francesc Llop Marquès: Paisagem (n.47); Josep M.ª Marquès i Puig: O passeio (n.48); Frederic Masriera Vila: Estudo (n.49); Lluís Masriera: Sombras reflectidas (n.50); Eliseu Meifrèn i Roig: Contraluz (n.51); Manel Mensa Salas: Lago dos gansos (n.52); Jaume Mercadé Queralt: Flôres e fructos (n.53); Lluís Mercadé: Nú (n.54); Joaquim Mir Trinxet: Sorvedouro da Trona (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.55), O Sol (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.56), Abismo. – Mallorca (n.57); Ramon Miret i Baldé: S. LLeï (n.58); Maria-Teresa Monclar: Paisagem (n.59); Víctor Moya: Valencianas (n.60); Joaquim Mumbrú Ferrer: Paisagem. – Tiana (n.61); Ferran Mussons Guardia: Vida silenciosa (n.62); Miquel Navarro Fargas: Marinha. – Calma (n.63); Jacint Olivé Font: A manta Zamorana (n.64); Josep Olivet Legares: Contraluz (n.65); Alfredo Opisso y Cardona: Natureza morta (n.66); Rafel M. Padilla: Jovem senhora (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.67); Iu Pascual: Margens do Fluviá (n.68); Albert Pla García: O jardineiro (n.69); Albert Pla Rubio: Leda moderna (n.70); Joan Bta. Porcar: Planicies catalâs de Valença (n.71); Bonaventura Puig i Perucho: Aldeia alegre (n.72); Albert Ráfols Cullerés: Convento (n.73); Héctor ragni Fontana: O jardinsinho (n.74); Nicolau Raurich Petre: Costa brava. – Catalunha (n.75); Enric C. Ricart Nin: Flôres (n.76); Anton Ros i Güell: Pateo. – Pomar (n.77); Francesc Sainz de la Maza: Retrato do pianista Gacituaga (n.78); Rafel Sala Marco: Natureza morta (n.79); Joan Seix Miralta: Natureza morta (n.80); Domènec Soler i Gili: Paisagem. – Platanos (n.81); Joaquim Sunyer: A baia de Forn (n.82); Emili Tersol Artigas: Meio-dia, paisagem (n.83); Ricard Urgell i Carreras: Teatro/Els Ballets Russos al Liceu (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.84); Francesc Vayreda: Paisagem (n.85); Carles Vázquez Úbeda: Altar da Dolorosa (n.86); Carme Vich Oliá: Natureza morta (n.87); Francesc Vidal Gomá: Retrato dum pintôr (n.88); Josep M. Vidal-Quadras i Villavecchia: Interior (n.89); Darío Vilás Fernández: Madrugada nos Pirineus Catalâes (n.90).
- "Escultura":
Joan Artigas Casas: Cabeça (marmore) (n.91); Josep Cardona Turró: Risonha (n.92); Enric Casanovas (referido no catálogo como "Josep" Casanovas): Noia nua/Escultura (Pedra) (n.93); Enric Clará: Dançarina (n.94); Pablo Gargallo: Retrato de Picasso (Pedra) (Propriedade do Museu d’Arte Moderna de Barcelona) (n.95) e Joven (chumbo) (n.96); Frederic Marés Deulovol (Denlovol?[3]): Figura (n.97); Jaume Otero Camps: Aurora (n.98); Rafel Solanich Balius: A Rapariguinha da fonte (n.99); Josep Tenas i Alivés: Busto (n.100); Fermí Torrella Brasó: Ilusâo (n.101);
- "Desenhos e gravuras":
Cassi Boada Matas: Rua de La Selva (água-forte) (n.102); Rafel Estrany Ros: No porto (água-forte) (n.103); Santiago Ferrer Matas: Paisagem (água-forte) (n.104); Pere Inglada: Cavalos (desenho) (n.105); Xavier Nogués: 5 gravuras (água-forte) (n.106); Josep Tersol Artigas: Volta dos barcos (água-forte) (n.107);
- "Exposição retrospectiva":
M. Amell: O Naturalista (n.108); Anònim: Retrato de cavalheiro (n.109); Caba: Alegoria (n.110); Escobedo: Aldeôes (n.111); Marian Fortuny: O ultimo amigo (água-forte) (n.112), Il contino (aquarella) (n.113), Odalisca (óleo) (n.114); B. Galofre: Fantasia mourisca (n.115); Simon Gómez: Os bebados (n.116); F. Lacoma: Auto-retrato (n.117); Martí Alsina: Paisagem (n.118); Benet Mercadé: Igreja de Cervara (n.119); T. Moragas: Taberna (n.120); Isidre Nonell: Figura (n.121), Figura (n.122), Natureza morta (n.123); Tomàs Padró: Um condenado (n.124); Josep Lluís Pellicer: Bonecos (n.125); Lluís Rigalt: Paisagem (n.126); Torrents: Meninos do coro (n.127); Tusquets: Enterro de Fortuny (n.128); Joaquim Vayreda: Paisagem (n.129).
O catálogo refere ainda a presença de obras de "tapeçaria, alfômbras, vidros esmaltados, cerâmica de grés (e) faiança" da autoria de alunos da Escola Superior de Bellas-Artes e Oficios.
[1] Anónimo, «Os catalães em Lisboa. A conferência do Sr. Dr. Luís Nicolau de Olwer sobre a história do povo catalão e a sua língua», Diário de Lisboa, 10 de Novembro de 1921, 5.
[2] Sociedade Nacional de Belas Artes, ed., Exposição d’Arte Catalã: catálogo (Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1921).
[3] No dia 17 de Novembro de 1947, o escultor e subdiretor da Escola Superior de Belas Artes de S. Jorge (Barcelona) Frederic Marés Denlovol, deu uma conferência no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa, onde “teceu um rasgado elogio da arte portuguesa e agradeceu a hospitalidade que, aqui, lhe t(inha) sido dispensada, reportando com alto apreço a sua peregrinação artística feita desde Viana do Castelo até Lisboa, passando por Braga, Coimbra, Alcobaça e Caldas da Rainha. Concluiu com a afirmação de que Portugal lhe fazia recordar um grande mosteiro que sabe conservar as suas virtudes tradicionais.” Anónimo, «O valor da escultura espanhola apreciado pelo estatuário Frederico Marés no Museu de Arte Antiga», O Século, 18 de Novembro de 1947, 4.